Agosto foi um mês de correção nos mercados, após meses de alta. Fatores externos tiveram uma significativa contribuição, especialmente devido ao aumento das taxas de juros de longo prazo nos Estados Unidos, à desaceleração da economia chinesa e ao seu risco imobiliário. A China é um importante parceiro comercial do Brasil e um grande consumidor de commodities, portanto, essa fraqueza afetou significativamente o mercado brasileiro.
Como resultado desses eventos, os investidores estrangeiros retiraram mais de metade do capital que haviam investido no país até o final de julho, totalizando R$ 12,5 bilhões.
A bolsa Brasileira caiu em 13 pregões consecutivos, algo inédito desde que se tem a série histórica, que iniciou em 1968. As bolsas Americanas também apresentaram queda.
No Brasil, a última ata do Copom, que define o rumo dos juros, deixou claro que até o final do ano deve manter cortes na mesma magnitude – 0,50%, o que deve levar a taxa Selic para 11,75% ao final do ano.
Carteiras com exposição em Renda Variável tiveram um agosto com menor performance, enquanto as mais conservadoras seguiram com bons retornos, devido aos excelentes carregos contratados.
A equipe da API CAPITAL esteve presente na Expert XP, a maior feira sobre investimentos do mundo. Saímos do evento com a sensação de que os gestores estão mais otimistas em relação ao cenário atual da economia brasileira. Isso se deve ao avanço das reformas que vêm sendo feitas desde 2017, sendo a fiscal a mais recente, e à perspectiva de aumento nos próximos anos na produção de petróleo e na atividade agrícola. Esses fatores tendem a continuar contribuindo para um dólar mais baixo e exportações em alta.
Por outro lado, houve um consenso entre muitos gestores de que a aprovação de um aumento de impostos no Brasil é uma pauta de difícil aprovação no Congresso. Além disso, não se antecipam cortes substanciais nos gastos públicos. Portanto, demonstraram cautela em relação ao futuro fiscal brasileiro, especialmente com receios sobre como o governo entregará os resultados prometidos.
No cenário global, a visão é de que, em algum momento, podemos observar uma desaceleração mais pronunciada. No entanto, até agora, a economia dos Estados Unidos segue resiliente, principalmente devido ao investimento público em infraestrutura e ao investimento privado motivado pelos riscos associados à manutenção de uma parte relevante da produção fora, especialmente em locais com chances de conflito, como China e Taiwan. Isso pode impulsionar novos aumentos das taxas de juros, à medida que a desaceleração da inflação é adiada.
Após a Expert 2023, fica evidente que os gestores estão em consenso quanto à oportunidade atual nos ativos de Crédito Privado High Grade (menor risco) com taxas acima da inflação + 7% ao ano, isentos de imposto. Essa posição está alinhada com o que temos feito na alocação de investimentos de nossos clientes, e reforçado em nossas últimas cartas.
“Optamos por manter uma maior exposição ao crédito, como debêntures incentivadas, que oferecem retorno acima da inflação + 7%, isento de imposto, em vez de ficarmos expostos à volatilidade da Bolsa. Estamos sendo extremamente cautelosos em relação à Bolsa”, afirmou a Legacy Capital.
Quanto à alocação ou ao momento de aumentar a exposição na Bolsa de Valores, notamos visões mais diversas, com alguns gestores aumentando suas posições e outros reduzindo ou mantendo as atuais.
Seguimos com diligência, reforçando a importância de uma alocação diversificada, sem foco em produtos e adequada ao perfil de cada família.
Desejamos a todos um ótimo setembro!
Equipe API CAPITAL de asset allocation.
Consultoria de investimentos CVM 20.609.