Em janeiro, observamos uma correção nos preços dos ativos após o rali de alta no final do ano anterior. No Brasil, mesmo com o Congresso em período de recesso, ocorreu um conflito entre o Executivo e Legislativo em relação à MP 1.202/2023, que trata da reoneração da folha de pagamentos de 17 setores. Além disso, foi destaque a divulgação da “Nova Indústria Brasil”, um plano de investimento de R$300 bilhões até 2026, e a revelação de um déficit fiscal de R$230 bilhões para 2023, superando as expectativas do mercado.
A incerteza fiscal e a falta de avanços na agenda econômica contribuíram para um clima menos otimista em comparação com dezembro de 2023, com a Bolsa Brasileira caindo -4,79%, enquanto a Bolsa Americana subiu mais de +2% no mês. Essa queda também foi resultado da retirada de capital investido na Bolsa Brasileira por estrangeiros, devido à postergação da projeção de cortes de juros nos EUA.
No exterior, apesar de a inflação ter retornado a níveis mais saudáveis, a economia americana apresentou um crescimento acima do previsto, evidenciando resiliência forte e superior ao esperado. Como resultado, o mercado adiou as expectativas do início dos cortes de juros.
Por fim, o conflito em curso no Oriente Médio demanda monitoramento, com a possibilidade de uma escalada com a entrada de novos países.
A taxa básica de juros caiu mais -0,50% no final do mês, atingindo o patamar de 11,25% ao ano, o que equivale a menos de 0,90% ao mês. Atualmente, a expectativa do mercado é que essa taxa continue diminuindo até alcançar patamares entre 8,5% e 9,5% ao ano, com uma inflação projetada em torno de 4% para 2024.
Sempre é importante destacar que a verdadeira medida de geração de riqueza a longo prazo nos investimentos é o ganho real, ou seja, o retorno acima da inflação. No último ano, nossas carteiras apresentaram excelentes ganhos nesse aspecto. Contudo, à medida que os juros seguem uma trajetória de queda, torna-se necessário diversificar ainda mais entre diferentes classes de ativos para buscar um ganho real elevado.
É crucial destacar que, apesar dos juros aproximadamente a 13% ao ano e da inflação estabilizada em 4% no último ano, muitos investidores podem não perceber que o retorno anual do CDI nos últimos 10 anos foi de somente 3,13% acima da inflação. Esta realidade sublinha a necessidade de adotar estratégias de investimento mais diversificadas e adaptáveis, particularmente em um ambiente de taxas de juros em constante mudança.
Continuamos tratando o dinheiro de nossos clientes com 100% de alinhamento e dever fiduciário.
Desejamos a todos um excelente e próspero fevereiro!