Otimismo continuou a impulsionar o mercado brasileiro em junho, com um
aumento de mais de 20% desde sua mínima em março, configurando tecnicamente Bull
Market. Vários fatores contribuíram para esse desempenho positivo:
● Houve uma consistente desaceleração nos índices de preços, com o IPCA-15
acumulando apenas 3,40% de alta em 12 meses até junho.
● O risco de descontrole dos gastos públicos foi reduzido.
● O crescimento do PIB no primeiro trimestre superou as expectativas, com uma
alta de 1,9%, impulsionado principalmente pelo setor agropecuário.
Além disso, no dia 29 de junho, o Conselho Monetário Nacional (CMN) anunciou novidade sobre o regime de metas para inflação, que a partir de 2025 passará para metas contínuas ao invés de meta-calendário. Essa abordagem, que vemos como positiva, inclusive é semelhante ao que acontece em diversos países, incluindo os EUA e o Reino Unido. A meta de inflação para 2026 foi estabelecida em 3% ao ano. Essa decisão aparentemente agradou ao mercado, que tinha receios sobre mudanças drásticas nas metas para “forçar” uma queda dos juros.
Todos esses fatores contribuíram para a valorização de ativos de risco, com
os juros longos e o dólar em queda, enquanto a bolsa brasileira e os fundos imobiliários
seguiram uma trajetória ascendente.
Nos EUA, os mercados fecharam em alta, impulsionados principalmente pelo setor de tecnologia e inteligência artificial.
Mesmo com um cenário de juros altos e inflação persistente, e apesar das opiniões de muitos analistas de mercado de que os preços das bolsas americanas estão em níveis elevados, o primeiro semestre mostrou o quão difícil é apostar contra a América (parafraseando Warren Buffet). O índice Nasdaq (bolsa de tecnologia) e o S&P500 apresentaram altas de +29,86% e +14,51%, respectivamente, nos primeiros seis meses do ano.
O cuidado aqui é que as altas expressivas são em poucas empresas. A imensa maioria está caindo ou andando de lado.
Praticamente todas as classes de ativos tiveram bom desempenho em junho, beneficiando os portfólios de nossos clientes, especialmente os de perfil mais agressivo.
Na renda fixa, os retornos dos papéis IPCA com marcação na curva ficaram abaixo do CDI, devido à inflação aquém do esperado. No entanto, mesmo nas carteiras conservadoras, o alto CDI, aliado à marcação a mercado em papéis ou fundos de duration (prazos) maiores trouxeram bons retornos no mês.
O mercado costuma antecipar movimentos, assim, já notamos uma valorização significativa na renda variável antes mesmo do corte efetivo de juros pelo Banco Central. A bolsa brasileira subiu mais de 20% desde a sua mínima do ano, enquanto os fundos imobiliários apresentaram um aumento de 10% no primeiro semestre de 2023.
Alguns dos fundos de ações que utilizamos nas carteiras dos clientes acumulam alta de mais de 40% nos últimos 12 meses.
Na maioria das recuperações, o mercado age rapidamente, tornando imprevisível o momento exato de entrada. Portanto, reiteramos a importância de uma alocação de ativos diversificada, priorizando estar posicionado em vez de tentar acertar o momento exato.
Quem poderia imaginar há seis meses atrás que o dólar chegaria a R$ 4,70? Ou que o Ibovespa subiria 20% em apenas três meses, considerando que estávamos no auge do pessimismo em março?
Por não podermos prever o futuro, confiamos na assimetria entre risco e retorno e acreditamos que, em algum momento, os preços seguirão em direção aos fundamentos.
Mantemos um sentimento otimista em relação aos investimentos de maior risco, considerando a perspectiva de uma redução nas taxas de juros. No entanto, estamos adotando uma abordagem cautelosa devido às expectativas de uma economia mais fraca a curto prazo.
Um ótimo julho e excelente segundo semestre!
Equipe API CAPITAL de asset allocation.
Consultoria de investimentos CVM 20.609.